Esta última citação vai de encontro ao que preciso escrever hoje.
Nos últimos dias tive a oportunidade de reparar mais a fundo nas "vidas" de pessoas que se cruzaram comigo ao longo da minha jovem vida, como costumo dizer. Nada em que já não tivera pensado antes, nada que já não se tivesse revelado muitas e muitas vezes, mas... hoje, não sei porquê, concluí que era frequente espantar-me. E ainda hoje me espanto. Mas hoje percebo que o que importa é que cada um se sinta feliz com o caminho que escolheu. Ou para o qual foi empurrado. Mas na grande maioria das vezes, fomos nós que o escolhemos.
Cada decisão tomada, teve uma consequência. Afastámo-nos de umas pessoas, para nos aproximarmos, sem querer ou querendo, de outras. Uns mudam, uns revelam-se, outros "refinam" o que eram, outros definem de vez aqueles que antes eram apenas leves traços, esboços, assumindo determinada forma de viver e de ser que serão para sempre o adulto que escolheram ser. Imagino quantos não se terão admirado e continuam a admirar cada vez que me vêm, comentando, criticando ou simplesmente constatando aquilo em que me tornei.
Pois se eu própria sou crítica em relação ao que me tornei, ao bom e ao menos bom, como não haveriam eles de o fazer? A questão é: eu assumo-o, e estou orgulhosa disso. Tal como hoje estão felizes por serem quem e como são, também eu me sinto assim. E bons são aqueles que compreendem que, apesar das diferenças entre nós, ninguém é melhor que ninguém.
Hoje sorrio a cada história que ouço, a cada diferença física que vejo (ou à ausência delas) mas, principalmente, a cada diferença na personalidade (ou no chamado "feitio", na linguagem mais popular) de tantos colegas, amigos, conhecidos, até mesmo familiares. E sorrio porque não é melhor nem pior - simplesmente é. Surge em mim um pouco daquele sentimento de "não há nada a fazer".
Sim, é verdade que penso que muitos de nós evoluiram (o que pressupõe mudança para melhor). E sim, admito que muitos estagnaram qunado podiam, tinham capacidade, para fazer melhor. Mas se é essa a vida que pretendem levar, quem sou eu para o criticar? Eu própria poderia ser mais do que sou, fazer mais do que faço. Simplesmente, concluo que a arrogância de tomar-me como a medida das coisas não faz sentido. Ainda que me reserve ao direito de ter a minha opinião muito própria sobre aquilo em que as pessoas se tornaram.
O que é certo é que de todas guardo carinho. Todos crescemos e fizemos as tais escolhas. E hoje temos a fantástica habilidade de nos surpreendermos uns aos outros quando nos reencontramos.
Uns foram pais, outros estão para ser, uns casam, uns separam-se; uns abandonam-nos, outros regressam a nós; com uns conseguimos identificar-nos, com outros nem por isso. De uns esperávamos muito, e pouco recebemos. A uns dedicámos a nossa amizade e sentimentos igualmente divertidos, e nunca recebemos o devido reconhecimento. Mas.. quem nos disse que essa pessoa queria que sentíssemos semelhante afecto por ela?
Ainda assim, haja respeito e maturidade, e de cada reencontro retiramos uma experiência maravilhosa e enriquecedora do ponto de vista humano e do ponto de vista das memórias. Podemos até sentir-nos mais valorizados, mas tentando que não seja à custa do diminuir do outro. Sentirmo-nos diferentes, mas não superiores. Sentimo-nos bem porque aquela pessoa que faz parte da nossa história está bem também. Estranha, diferente, mas bem. Feliz, à sua maneira, ainda que não da nossa. Ainda que, se fôssemos o criador da história, daquela curiosa bd, déssemos um curso completamente diferente àquela personagem.
Por tudo isto, dou por mim a repetir a clássica frase "As voltas que a vida dá...!" (o que, de resto, tem acontecido com alguma frequência, o que me assusta - será um envelhecer prematuro, ou apenas um constatar de que os antigos tinham quase sempre razão..? ehehe)
E para ti, amigo... tal como te disse, aqui deixo partilhado: arrepender-nos, sempre iremos. Mas por vezes temos de acalmar o espírito e pensar...se na altura sentimos necessidade de seguir este e não o outro caminho, dedicar-nos a este e àquele projecto... é porque tinha de ser. E assim damos passos para a frente, e um ou dois para trás, quando é preciso, neste trilho a que se chama Vida.
Esperam-se mais encontros e supresas pela vida fora. Assim se pretende. Sinal de que estamos vivos.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
O incrível é pensar que em alguma parte do caminho talvez as pegadas deixadas pudessem ter outra forma. Um passo um pouco mais curto ou apenas diferente... de tal modo que arrependimento e/ou certeza n fossem postos em causa apenas e só pelo facto de sentirmos que foi o mais correcto e não o mais pensado. Hoje acorda-se e se em momentos esse arrependimento e/ou certeza se misturam com a realidade e nos desmontam o dia a dia em recordações, por outro lado também nos mostram que memórias alimentam os sonhos e as esperanças de que a vida é e será a escolhe que fizermos, a que melhor sentirmos... nesse momento... ou por essa memória...
ResponderEliminaradorei adorei adorei. não tens noção do que me fizeste pensar com este texto :) realmente, para quê anda a pensar em como poderia ter sido, se não foi? não dá... se os caminhos não foram os que se esperava para aquela personagem da nossa bd, há que estar feliz pelo caminho que a personagem escolheu, e não querer que tudo corra como nós pensamos... (isto sou eu a falar comigo mesma:P) Obrigada por me fazeres pensar nisto... :)
ResponderEliminar