Quero fazer aqui um protesto: para quando anúncios de produtos de limpeza para os homens, e carros para as mulheres?
Bastam duas horas a ver a Sic Mulher, e os espaços publicitários mostram-nos produtos de limpeza e champôs. Portanto, "quando acabares de ver televisão limpa a casa" e "lava-te".
Bem sei que tudo tem a ver com o target do canal, a publicidade destina-se a um mercado específico, neste caso concreto às mulheres, e que infelizmente continuam a ser estas a esmagadora maioria de compradores destes produtos (ou se não compradoras, pelo menos consumidoras. Não que andemos a beber detergente, mas quem me lê percebe), mas minha pergunta é a seguinte: para além dos anúncios ao Skip, ao Cillit Bang e ao Ambi Pur (sim, porque parece que os homens não gostam de uma casa cheirosinha), porque não temos direito a anúncios de carros, por exemplo? Cada vez mais as mulheres têm uma palavra a dizer na compra de automóveis, ou são elas próprias as compradoras, e cada vez mais são condutoras frequentes (sim, já sei, daí o aumento de batidelas e caos no trânsito nas cidades, eheh).
E porque é que eu não posso gostar de bricolage e apaixonar-me pelo mais recente berbequim lançado no mercado? Afinal, se transmitem "Querido mudei a casa", deviam depois oferecer-nos os meios para o fazer, e não apenas os meios para a limpar depois do "querido" ter andado a sujar a casa com as obras.
E fazia mal algum aos senhores verem o anúncio à mais refrescante pastilha de Calgonit para a máquina dos últimos tempos, no intervalo do Manchester United - Bayern de Munique a contar para a Liga dos Campeões? Ou o último grito de óleo de fritar batatas entre o C.S.I e o Prison Break? A tecnologia de ponta dos novos douradinhos do capitão Iglo (curioso: a família está sempre sentada à mesa à espera que...a mãe ponha os douradinhos no centro!) depois do WWE?
Eu cá gostava de ver. Teria lógica: depois de fazerem os fritos ou cozinharem o almoço, aí sim, Linic para o cabelo, Axe para o banhinho e um DKNYzinho para o toque final (preferimos mil vezes esse cheirinho a rondar pela casa às velas Brise, garanto...)
Não é por limparem o chão da cozinha que ficam menos metrosexuais, por isso, força no Ajax!
Agora vou ver "Will and Grace". Já sei que vai dar porque já deu o anúncio das papinhas para bebé.
sábado, 31 de janeiro de 2009
Ich Liebe voicemail
Lista de coisas para fazer, acrescentar:
- Aprender alemão para perceber o que a senhora do voicemail da Rita diz
- Aprender alemão para perceber o que a senhora do voicemail da Rita diz
Cute
No meio do estudo dei de caras com a MTV, assim sem querer, e eis que ouço este tema. Deixou-me tão bem disposta, que preciso partilhar. Ainda que seja apenas mais uma canção pop, tem a propriedade de me deixar num mood hippy-aos-pulinhos, e tem a sua dose de fofice. Bate-se o pezinho, e tal, e abana-se a caneta de um lado para o outro ainda entre os dentes (naquela de roer a tampa). Talvez seja do sotaque delicioso (saudades...), a lembrar o friozinho de Londres, a imagem inicial...enfim, Brit-pop no seu melhor.
Boa, Lily. És uma doida. (E parece que é mesmo,mas pronto.)
Boa, Lily. És uma doida. (E parece que é mesmo,mas pronto.)
Wonder-song of the day
Será que é isto que veremos dia 18 de Julho no Restelo? Lá terei eu de ir confirmar, não é...
The Killers no Super Bock Super Rock 2009
(SBSR + ALIVE + x + y = falência)
Não se dá boleia a quem precisa de ir a pé...
Falando em Mesa, aquela que considero uma das letras mais bonitas e cheias de significado da música portuguesa... chama-se "Boca do Mundo" e é assim...
Se a chama chega,
E ninguém chega à chama
De que vale arder?
Se o barco parte sem velas,
De que serve a maré?
Não se mostra o trajecto
A quem parte para se perder
Não se dá boleia
A quem precisa de ir a pé
E é como quando pensas que estás a chegar
E não deste um passo
Onde estou, nada mais pode crescer
Eu sou assim, uma fênix a arder
São só os meus erros, é toda a minha culpa
Hoje até o ar anda cansado
Preciso de um enigma
Para pôr fim ao propor
Não sei o que me deu, não costumo estar assim
Desco a rua que passa, rente à boca do mundo
Sinto a vida que passa
E os rumores que circulam na boca do mundo
Onde estou, nada mais pode crescer
Eu sou assim, uma fénix a arder
São só os meus erros, é toda a minha culpa
E é tudo o que faço
E é todo o meu cansaço
Por fim, por fim...
Onde estou, nada mais pode crescer
Eu sou assim, uma fênix a arder
Onde estou, nada mais pode crescer
Eu sou assim, uma fénix a arder
São só os meus erros, é toda a minha culpa
É tudo o que faço
E é todo o meu cansaço
E é tudo o que faço
E é todo o meu cansaço
Por fim, por fim...
Sinto a vida que passa
Na boca do mundo, não se sabe quem é quem...
porque a música é também lindíssima, grande composição...
Se a chama chega,
E ninguém chega à chama
De que vale arder?
Se o barco parte sem velas,
De que serve a maré?
Não se mostra o trajecto
A quem parte para se perder
Não se dá boleia
A quem precisa de ir a pé
E é como quando pensas que estás a chegar
E não deste um passo
Onde estou, nada mais pode crescer
Eu sou assim, uma fênix a arder
São só os meus erros, é toda a minha culpa
Hoje até o ar anda cansado
Preciso de um enigma
Para pôr fim ao propor
Não sei o que me deu, não costumo estar assim
Desco a rua que passa, rente à boca do mundo
Sinto a vida que passa
E os rumores que circulam na boca do mundo
Onde estou, nada mais pode crescer
Eu sou assim, uma fénix a arder
São só os meus erros, é toda a minha culpa
E é tudo o que faço
E é todo o meu cansaço
Por fim, por fim...
Onde estou, nada mais pode crescer
Eu sou assim, uma fênix a arder
Onde estou, nada mais pode crescer
Eu sou assim, uma fénix a arder
São só os meus erros, é toda a minha culpa
É tudo o que faço
E é todo o meu cansaço
E é tudo o que faço
E é todo o meu cansaço
Por fim, por fim...
Sinto a vida que passa
Na boca do mundo, não se sabe quem é quem...
porque a música é também lindíssima, grande composição...
Um dia alguém disse...
O desgosto e a alegria dependem mais do que somos do que daquilo que nos acontece.
Multatuli
Multatuli
Para o Zé
Porque tenho um amigo que pensou que eu nao conhecia K's Choice, aqui fica "Everything for Free", que foi por acaso a primeira música de k'sC. que conheci e me fez prestar atenção ao seu trabalho, e por isso me marcou como nenhuma outra da banda, pelo impacto que teve em mim, andava eu a acordar para o rock nos meus verdes anos...(oh!)
Grande música, um clássico dos 90's, essa grande década da história da música do séc. XX, sem dúvida. Apenas quis fugir um pouco do óbvio e mostrar outro tema.
Justified? Só por isso, toma lá, dedicadinha a ti (e já vão duas...mau mau...)
Beijoca oh básico!
Grande música, um clássico dos 90's, essa grande década da história da música do séc. XX, sem dúvida. Apenas quis fugir um pouco do óbvio e mostrar outro tema.
Justified? Só por isso, toma lá, dedicadinha a ti (e já vão duas...mau mau...)
Beijoca oh básico!
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Cão ciano

Muitos de nós já conhecerão a loja (aliás, a marca!) "Cão Azul", e aqui venho eu defender o canídeo têxtil: imaginação e inovação, um exemplo de empreendedorismo para os jovens portugueses, e sobretudo uma fábrica movida a criatividade. Lucram, e fazem-nos felizes.
Quase todos os dias há novidades, a ironia pendurada nos cabides, e podemos personalizar as nossas t-shirts. Uma óptima prenda para algum amigo, pai, mãe, o ego.
http://www.caoazul.com/
Enjoy! Woof!

Ora, eu quero ver:
Revolutionary Road
The curious case of Benjamin Button
Doubt
Milk
Vicky Cristina Barcelona
Seven lives
Slumdog Millionaire
Frost/Nixon
Paris 36
Caos Calmo
E é tudo.
(exijo um subsídio)
The curious case of Benjamin Button
Doubt
Milk
Vicky Cristina Barcelona
Seven lives
Slumdog Millionaire
Frost/Nixon
Paris 36
Caos Calmo
E é tudo.
(exijo um subsídio)
Este homem é um sinhore!
Os animais é que sabem
Expressão da semana
E a expressão desta semana é "DORAVANTE".
Por onde andas tu, doravante?
Para o dicionário é um advérbio, significando "de hoje em diante", "a partir de hoje", "daqui para a frente". Para mim, é genial. E tem algo de bairrista nela, não sei porquê.
Doravante poderia ser uma comunista chamada Dora.
Ou então o nome da barraquinha de farturas da mesma senhora na conhecida festa na Atalaia.
Doravante, aqui dedicarei mais espacinhos como este a palavras e expressões como esta.
Por onde andas tu, doravante?
Para o dicionário é um advérbio, significando "de hoje em diante", "a partir de hoje", "daqui para a frente". Para mim, é genial. E tem algo de bairrista nela, não sei porquê.
Doravante poderia ser uma comunista chamada Dora.
Ou então o nome da barraquinha de farturas da mesma senhora na conhecida festa na Atalaia.
Doravante, aqui dedicarei mais espacinhos como este a palavras e expressões como esta.
Wonder-song of the day
Oren Lavie, "Her Morning Elegance"
Compromisso: a partir de hoje, ouvir esta música todas as manhãs
Compromisso: a partir de hoje, ouvir esta música todas as manhãs
Mulheres

Há já uns bons dias fiz um "programinha", felizmente já tornado rito, que é uma festa do pijama com as minhas amigas, mas sem ser numa casa, sem maldizermos os homens e sem pijama.(O segundo ponto lá acabou por acontecer uma ou duas vezes, vá). Portanto, uma ida ao cinema; só nós, as meninas.
Para celebrarmos a nossa condição feminina, resolvemos ir ver o Mulheres, "The Women", com argumento e realização de uma também mulher Diane English, e baseado na peça de teatro de 1936 de Clare Boothe Luce e no filme de 1939 de George Cukor, com o mesmo nome.
Armadas de pipocas e ice-tea, que a coca-cola faz celulite, sentimo-nos prontas para os risos, os acenos de cabeça a concordar (se for na horizontal, a discordar)e até para as reacções indignadas, de quem quase quer mudar o rumo do filme, de uma das minhas amigas (é sempre assim).
E posso dizer que tive uma agradável surpresa.
À partida, as comparações com "O Sexo e a Cidade" são inevitáveis, e mesmo nos primeiros minutos de filme parecemos não conseguir desfazer o decalque mental que construimos, e parecemos atentar mais nas semelhanças. Mas rapidamente se descobrem as diferenças.
O núcleo de personagens é, de facto, constituído por quatro amigas, mas todas elas com histórias de vida diferentes de Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda. A intenção da autora é outra, a moral da história também. "O Sexo e a Cidade" é realizado por um homem, e talvez esse aspecto contribua mais para a diferença do que pensamos (embora a sensibilidade seja igualmente uma marca, sem dúvida).
O factor glamour também não é tão visível, ou pelo menos não pretende ser uma personagem do filme, como em "Sex and the City". Neste último também a cidade(Nova Iorque) é uma personagem. Em "The Women",só mesmo o jardim das traseiras da casa de Mary, onde esta planta flores.
Pouco do filme gravita à volta dos homens, ainda que se parta deles, e apenas para uma das personagens. As outras têm mais que fazer.
Um toque de originalidade nesta obra de Hollywood: nem um homem aparece em cena, e as referências a estes são bastante inteligentes. Se em "Sexo e a Cidade" eles são ponto de partida e de chegada, em "Mulheres" são apenas um pretexto para contar uma história.
A história é divertida, proporcionam-se situações cómicas, mas também momentos que nos fazem pensar. Aborda-se o amor, mas tambem a carreira, a maternidade, a lealdade, a amizade posta à prova. E até a orientação sexual é abordada de forma engraçada sem ser ridícula, com naturalidade e sem moralismos, sendo apenas uma característica como a cor dos olhos e o tamanho do cabelo (e quase física,em expressão) da personagem de Jada Pinkett Smith (uma mulher com mais atitude que muitos homens, mas tão mulher quanto as outras, e mesmo "mulherzinha" em momentos-chave).
As actuações são previsivelmente boas e convincentes; uma Annette Bening madura e charmosa, confrontada com os dilemas da idade e da carreira, uma Meg Ryan como peixe na água do laguinho das comédias românticas, uma Eva Mendes confortável no papel de femme fatale maliciosa (maliciosa sou eu agora, ao dizer que não me surpreende...inveja a quanto obrigas, ah ah) e uma Debra "Messy" (really), fiel ao seu papel de trapalhona, tal qual Grace em versão naive. Adorável, com sempre. (Confesso que ia com muita expectativa em relação a esta actriz, e levava no coração o meu carinho pela companheira de Will...)
Por tudo isto, e depois de um final, apesar de tudo realista, prudente e sem deslumbramentos (como muitas vezes a vida e as relações são), levamos da sala um sorriso na cara, e um ou dois pensamentos para trazer para casa. Dei por mim a confirmar novamente que até no outro lado do oceano os conselhos das amigas são os mesmos, partilhamos sentimentos, atitudes e reacções, tanto em comum. Uma mulher é sempre uma mulher, aqui ou em qualquer outra cultura. E senti-me como que acarinhada, confortada. Mais alguém me "entendia", noutro ponto do globo, mais alguém tinha dúvidas tão pertinentes e atitudes tão burras quanto as minhas, em alguma fase da vida.(Frase BRAVO) E sei que nós,meninas, saímos dali orgulhosas em sermos mulheres. Nós, e os outros 90% de mulheres que perfaziam a sala...mas os homens presentes riam e mostravam-se interessados. Eu estive lá e vi!
modo repeat
Não consegui parar de ouvir este tema que deixei hoje, e já de uns dias para cá. Não consigo fazê-lo sem sentir um arrepiozinho, quase com uma lagriminha teimosa no canto do olho (not now, Bonga)
Não percebo porque me toca tanto, é só uma canção pop. Mas é tão... bonitinha, bem cantada, bem feitinha. Mais que catchy, parece que me abraça...e pronto...até vir a próxima, vai ter de me aturar...
(ando a abusar das reticências)
Não percebo porque me toca tanto, é só uma canção pop. Mas é tão... bonitinha, bem cantada, bem feitinha. Mais que catchy, parece que me abraça...e pronto...até vir a próxima, vai ter de me aturar...
(ando a abusar das reticências)
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Wonder-song of the day
Katy Perry, "Thinking of you"
Apesar de o vídeo oficial ser lindo, nomeadamente a parte que retrata as festas do exército americano no tempo da 2.ª Guerra e todo o ambiente e figurino (muito ao estilo de Pearl Harbor), e dos planos muito interessantes na passagem para essa mesma festa, penso que o vamos ver muitas vezes, então prefiro trazer miss Perry ao vivo.
Apesar de o vídeo oficial ser lindo, nomeadamente a parte que retrata as festas do exército americano no tempo da 2.ª Guerra e todo o ambiente e figurino (muito ao estilo de Pearl Harbor), e dos planos muito interessantes na passagem para essa mesma festa, penso que o vamos ver muitas vezes, então prefiro trazer miss Perry ao vivo.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Subtilezas da pub
É por isto que gosto tanto de publicidade. Como com algo tão simples se consegue captar a atenção e marcar alguém, principalmente recorrendo a expressões populares com que os consumidores se identificam, num apelo (no meu caso, por exemplo) às noções de "raízes" e "tradição familiar". Aqui, remetendo-me à população da terra dos meus avós.
Num anúncio dos mais vistos actualmente na televisão portuguesa, um hipermercado faz-se representar por um elefante, que conversa com um rato. Admirado com a esperteza do roedor, com o qual fala sobre preços, e para atestar tal qualidade, exclama com toda a segurança e sabedoria:
- Tu és raaato...
Lindo.
Num anúncio dos mais vistos actualmente na televisão portuguesa, um hipermercado faz-se representar por um elefante, que conversa com um rato. Admirado com a esperteza do roedor, com o qual fala sobre preços, e para atestar tal qualidade, exclama com toda a segurança e sabedoria:
- Tu és raaato...
Lindo.
Não voto na academia, mas...
Sempre que se aproxima a cerimónia de entrega dos Óscares, e ainda antes das nomeações, aquando da entrega dos Globos de Ouro, fico em pulgas para ver os filmes que obtiveram nomeações. Não que a minha opinião conte para o júri, mas porque realmente me aguça a curiosidade e porque gosto de poder dar a minha opinião, comentar com os amigos, saber do que se fala quando leio um artigo. E na mágica noite de Hollywood poder ficar sentada frente à televisão dizendo de minha justiça "sim senhor, mereceu", "nã, o outro merecia mais", "epá, esta era difícil...", "já se estava à espera", "vá, deixa lá, p'ro ano és tu...", "que injustiça", "tenho de ir à casa de banho, mas espero pelo intervalo", e pensamentos do género.
Talvez sinta também a secreta necessidade de estar "em comunhão" com aqueles senhores que percebem muito de cinema e que estão lá reunidos há um mês e tal. "Não hás de saber mais que eu. Pimba. Também vi."
Mas este ano, assim que me preparo para iniciar o meu "périplo" pelas salas de cinema, deparo-me com um grande inconveniente. "Elá...não vai ser bem assim..."
Bilhetes a 5,50€? E agora? Será que consigo ir ver um? Bem, espero que ganhe qualquer coisita...melhor guarda-roupa, algo assim...
De facto, não é preciso fazer drama. Teremos sempre o aluguer para ver depois. Tal como já fazemos com os não-oscarizados, com os nem-sequer-nomeados para coisa alguma mas que também estão ali para serem vistos, uma obra de arte também, à sua maneira. Muitos, quem sabe, não merecessem também uma estatueta. Ainda assim e cada vez mais, pelas obras constantes nas prateleiras dos clubes de vídeo, pagamos quantias não muito distantes daquelas praticadas nos cinemas. Hoje, para muitos, em vez de dois ou três filmes, leva-se um, para o fim-de-semana.
Mas é pena. A magia da sala de cinema, o seu tamanho e acústica (boa ou menos boa), o barulhinho das pipocas (para muitos de gosto discutível), torna-se algo cada vez mais difícil de experienciar com regularidade.
Imagino o júri da Academia a organizar jantarada "lá" em casa ("today's in my place, tomorrow's in yours, next week's at Sarah's!), a pipoquinha de microondas, todos agrupados na sala, uns sentados nas almofadas, uns na carpete, outros mesmo no chão frio - liga o leitor de dvd, coloca o "cedêzinho" - onde é que se carrega? - aí, pá, press play - shhh! Vai começar! - Cala-te! - oh Peter, estás a apontar? Olha que a banda sonora és tu, pá! - Que grande fotografia... - Isso ainda é só o menu...
Mas ainda assim, certo é que dia 22 de Fevereiro, pela 81.ª vez, à história do cinema americano (do mundo,porque não) serão acrescentadas mais umas páginas, em tons de ouro... mas eu gostava de ter visto, só isso.
Talvez sinta também a secreta necessidade de estar "em comunhão" com aqueles senhores que percebem muito de cinema e que estão lá reunidos há um mês e tal. "Não hás de saber mais que eu. Pimba. Também vi."
Mas este ano, assim que me preparo para iniciar o meu "périplo" pelas salas de cinema, deparo-me com um grande inconveniente. "Elá...não vai ser bem assim..."
Bilhetes a 5,50€? E agora? Será que consigo ir ver um? Bem, espero que ganhe qualquer coisita...melhor guarda-roupa, algo assim...
De facto, não é preciso fazer drama. Teremos sempre o aluguer para ver depois. Tal como já fazemos com os não-oscarizados, com os nem-sequer-nomeados para coisa alguma mas que também estão ali para serem vistos, uma obra de arte também, à sua maneira. Muitos, quem sabe, não merecessem também uma estatueta. Ainda assim e cada vez mais, pelas obras constantes nas prateleiras dos clubes de vídeo, pagamos quantias não muito distantes daquelas praticadas nos cinemas. Hoje, para muitos, em vez de dois ou três filmes, leva-se um, para o fim-de-semana.
Mas é pena. A magia da sala de cinema, o seu tamanho e acústica (boa ou menos boa), o barulhinho das pipocas (para muitos de gosto discutível), torna-se algo cada vez mais difícil de experienciar com regularidade.
Imagino o júri da Academia a organizar jantarada "lá" em casa ("today's in my place, tomorrow's in yours, next week's at Sarah's!), a pipoquinha de microondas, todos agrupados na sala, uns sentados nas almofadas, uns na carpete, outros mesmo no chão frio - liga o leitor de dvd, coloca o "cedêzinho" - onde é que se carrega? - aí, pá, press play - shhh! Vai começar! - Cala-te! - oh Peter, estás a apontar? Olha que a banda sonora és tu, pá! - Que grande fotografia... - Isso ainda é só o menu...
Mas ainda assim, certo é que dia 22 de Fevereiro, pela 81.ª vez, à história do cinema americano (do mundo,porque não) serão acrescentadas mais umas páginas, em tons de ouro... mas eu gostava de ter visto, só isso.
"Somewhere over the rainbow", Israel "Iz" Kamakawiwo Ole
E ao colocar o último post não resisti...já há algum tempo não me lembrava do quão bom é ouvi-la...
"another memory"
"another memory"
Vitamina E (de "Efeitos Especiais")
Porque é que o cabelo da Catarina Furtado só brilha daquela maneira no anúncio do famoso champô?! Que estranho...
Tenho de passar a usar, para ele brilhar na televisão.
Tenho de passar a usar, para ele brilhar na televisão.
sábado, 24 de janeiro de 2009
"Little Spots" (Bolinhas)
"Yes we cão", Ricardo Araújo Pereira
"Apesar do silêncio ciumento que os meios de comunicação internacionais lançaram sobre o assunto, a notícia mais importante da actualidade não escapou aos nossos jornalistas: em princípio, existe a possibilidade de, se calhar, Obama vir a ter talvez um cão quiçá português. Há reportagens sobre criadores, entrevistas com veterinários, perfis de exemplares da raça. E é quase certo que se está a preparar uma investigação de fundo sobre a displasia da anca e carraças em geral.
Que Obama teve a capacidade de mobilizar os americanos toda a gente sabia; que seria capaz de mobilizar os portugueses era mais difícil de prever. Aos americanos, prometeu livrá-los da pior crise de que há memória; a nós, disse que ia arranjar um cão. Para uns, houve oratória empolgante, patriotismo místico, um projecto histórico comum; para outros, tomem lá um bicho. Bicho esse que é nosso compatriota mas que, ainda assim, continua sendo um bicho. Não se pode dizer que sejamos um povo ao qual é difícil agradar.
No entanto, a manobra, apesar de engenhosa, pode sair cara a Obama. É verdade que conquistou o povo português usando a estratégia com que os pais conquistam filhos de seis anos. Mas, uma vez adquirido o animal, o nosso herói deixará de ser Obama. Depois do Manchester de Cristiano Ronaldo e do Inter de Mourinho, também os Estados Unidos serão doravante designados como a América de Bobi. Continuará a haver cimeiras, mas os chefes de Estado reunir-se-ão na Casa Branca de Piloto.
E os encontros decorrerão, de certeza, na Sala Oval de Pantufa. Qualquer vitória de Obama será também nossa, por via canina. Atrás de um grande homem há sempre um grande canídeo, como diz o ditado.
A sorte de Obama é não ter tomado uma decisão definitiva sobre o bicho antes da cerimónia de investidura como novo Presidente. Se, por esta altura, o cão de origem portuguesa já fosse o animal de estimação da família Obama, boa parte dos nossos jornais exibiriam uma fotografia da tomada de posse e a legenda: «Preto jura a constituição sob o olhar do Bolinhas.» Bom, talvez não esteja a ser rigoroso. Para efeitos de comédia, distorci a tendência subtil dos jornais nacionais para celebrar tudo o que é português no estrangeiro. O mais provável é que a legenda dissesse «sob o olhar inteligente e meigo do Bolinhas».
Ficaria triste, contudo, se o leitor concluísse daqui que alguma coisa me move contra o putativo cão português de Barack Obama. Nada disso. Será mais um a prestigiar o País no estrangeiro, a levar o nome de Portugal mais longe – e, tenho a certeza, com uma dignidade de que poucos se podem gabar. É certo que será mais um português a quem o Presidente americano dará ordens e ensinará a rebolar quando quiser. Nisso, o cão não se distinguirá especialmente de Durão Barroso. Mas, por uma vez, será o Presidente americano a andar atrás de um português para lhe limpar o cocó, em vez do contrário. Nisso, o cão distinguir-se-á bastante de Durão Barroso. Sim, tenho as maiores esperanças no bom desempenho do cachorro. Por mim, Cavaco pode começar a preparar uma comenda de pôr na coleira. Aqui para nós, sempre tem melhor destinatário do que muitas que ele tem atribuído."
RAP in Visão n.º829, 22 de Janeiro 2009
"Apesar do silêncio ciumento que os meios de comunicação internacionais lançaram sobre o assunto, a notícia mais importante da actualidade não escapou aos nossos jornalistas: em princípio, existe a possibilidade de, se calhar, Obama vir a ter talvez um cão quiçá português. Há reportagens sobre criadores, entrevistas com veterinários, perfis de exemplares da raça. E é quase certo que se está a preparar uma investigação de fundo sobre a displasia da anca e carraças em geral.
Que Obama teve a capacidade de mobilizar os americanos toda a gente sabia; que seria capaz de mobilizar os portugueses era mais difícil de prever. Aos americanos, prometeu livrá-los da pior crise de que há memória; a nós, disse que ia arranjar um cão. Para uns, houve oratória empolgante, patriotismo místico, um projecto histórico comum; para outros, tomem lá um bicho. Bicho esse que é nosso compatriota mas que, ainda assim, continua sendo um bicho. Não se pode dizer que sejamos um povo ao qual é difícil agradar.
No entanto, a manobra, apesar de engenhosa, pode sair cara a Obama. É verdade que conquistou o povo português usando a estratégia com que os pais conquistam filhos de seis anos. Mas, uma vez adquirido o animal, o nosso herói deixará de ser Obama. Depois do Manchester de Cristiano Ronaldo e do Inter de Mourinho, também os Estados Unidos serão doravante designados como a América de Bobi. Continuará a haver cimeiras, mas os chefes de Estado reunir-se-ão na Casa Branca de Piloto.
E os encontros decorrerão, de certeza, na Sala Oval de Pantufa. Qualquer vitória de Obama será também nossa, por via canina. Atrás de um grande homem há sempre um grande canídeo, como diz o ditado.
A sorte de Obama é não ter tomado uma decisão definitiva sobre o bicho antes da cerimónia de investidura como novo Presidente. Se, por esta altura, o cão de origem portuguesa já fosse o animal de estimação da família Obama, boa parte dos nossos jornais exibiriam uma fotografia da tomada de posse e a legenda: «Preto jura a constituição sob o olhar do Bolinhas.» Bom, talvez não esteja a ser rigoroso. Para efeitos de comédia, distorci a tendência subtil dos jornais nacionais para celebrar tudo o que é português no estrangeiro. O mais provável é que a legenda dissesse «sob o olhar inteligente e meigo do Bolinhas».
Ficaria triste, contudo, se o leitor concluísse daqui que alguma coisa me move contra o putativo cão português de Barack Obama. Nada disso. Será mais um a prestigiar o País no estrangeiro, a levar o nome de Portugal mais longe – e, tenho a certeza, com uma dignidade de que poucos se podem gabar. É certo que será mais um português a quem o Presidente americano dará ordens e ensinará a rebolar quando quiser. Nisso, o cão não se distinguirá especialmente de Durão Barroso. Mas, por uma vez, será o Presidente americano a andar atrás de um português para lhe limpar o cocó, em vez do contrário. Nisso, o cão distinguir-se-á bastante de Durão Barroso. Sim, tenho as maiores esperanças no bom desempenho do cachorro. Por mim, Cavaco pode começar a preparar uma comenda de pôr na coleira. Aqui para nós, sempre tem melhor destinatário do que muitas que ele tem atribuído."
RAP in Visão n.º829, 22 de Janeiro 2009
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
www.radiozero.pt - Eu ouço! E tu?
Manifesto ZERO
"A rádio é um meio criativo que fomenta o experimentalismo e o desenvolvimento de obras de arte em formato sonoro.
A rádio intervém na sociedade através de conteúdo de cariz comunitário e da promoção de actividades culturais.
A rádio assume-se como um meio de acesso do indivíduo à radiodifusão. Sendo apologista da liberdade e criatividade, a rádio dá preferência total ao formato de autor."

Uma rádio online.
Programas para todos os gostos...
Música, do jazz ao raggae, da electrónica ao metal, da soul à irlandesa, da experimental às bandas sonoras;
Poesia;
Radio Art;
Entrevistas;
Organização, divulgação e participação em festivais e outros eventos culturais;
Uma ligação a todo o mundo...
Programas de autor, em Portugal e fora de portas.
www.radiozero.pt. Dilatação auditiva, expansão mental.
"A rádio é um meio criativo que fomenta o experimentalismo e o desenvolvimento de obras de arte em formato sonoro.
A rádio intervém na sociedade através de conteúdo de cariz comunitário e da promoção de actividades culturais.
A rádio assume-se como um meio de acesso do indivíduo à radiodifusão. Sendo apologista da liberdade e criatividade, a rádio dá preferência total ao formato de autor."

Uma rádio online.
Programas para todos os gostos...
Música, do jazz ao raggae, da electrónica ao metal, da soul à irlandesa, da experimental às bandas sonoras;
Poesia;
Radio Art;
Entrevistas;
Organização, divulgação e participação em festivais e outros eventos culturais;
Uma ligação a todo o mundo...
Programas de autor, em Portugal e fora de portas.
www.radiozero.pt. Dilatação auditiva, expansão mental.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Stars are blind...and deaf
Fechemos os olhos (não durante o vídeo, só depois deste acabar) e reflictamos um pouco no que acabámos de ver e ouvir. (Exercício recomendado pelo Dalai Lama. E por Marx também)
slide panda slide
A história de um panda que desce um escorrega... pura imagem da felicidade...
(é aqui que me apetece tanto colocar um smiley... que tentação a minha... :) mas não pode ser :(
(é aqui que me apetece tanto colocar um smiley... que tentação a minha... :) mas não pode ser :(
domingo, 4 de janeiro de 2009
Post Primeiro

Lembrei-me de criar um blog. Só hoje, só agora, depois de meses a passar por eles sem dar conta do quão interessantes, e acessíveis, eles são. Ora, e porque não?
Escrever, escrever, que saudades... mas principalmente, escrever o que se pensa e, quem sabe, escrever o que alguém pensa mas não quis dizer, tal como todos os dias lemos aquilo que até pensámos mas alguém teve a coragem - ou a hipótese, ou a vontade - de dizer por nós. Ou pura e simplesmente escrever algo sem sentido. Algo que nos - me! te! - faça rir ou sorrir. Mesmo que sejamos os únicos a entender a piada.
Analisar do alto da nossa arrogante sabedoria - há quem lhe chame opinião. Nunca chamamos nomes a ninguém. Só aos bois. Porque somos extremamente acertivos e frontais, baptizamos os bichinhos todos os dias.
Divagar porque sim, porque é bom, porque faz bem e sabe melhor ainda.
"Abordar temáticas" das mais complexas, !, às mais mundanas e aparentemente vazias, só pelo prazer de nunca ninguém se ter debruçado sobre o assunto até que nós o descobrimos. Tivemos olho...
Chamar aos nossos gostos verdades universais.
Fazer crítica de Cinema, Literatura, Música e demais Artes como amadores, mas muitas vezes intervir de forma menos subjectiva que os entendidos... ou pelo menos sobre os aspectos que ninguém pode negar, claro.
Admitir que chorámos quando era para rir, ou que rimos quando se esperava silêncio.
Teimar em não entender aquilo que nos é explicado consecutivamente.
Admirar outras pessoas. Ou o seu trabalho. Ou o seu ponto de vista. Porque viram aquilo que não vimos mas que estava lá. Procurar desesperadamente e em seguida encontrar algo que eles não consigam ver. Constatar que não lhes interessava ter visto, de qualquer forma.
Mostrar ao mundo a nossa letra de música preferida. Ou a letra da nossa música preferida, que pode não fazer sentido mas a melodia não nos sai da cabeça, então escrevemos porque nos remete ao que é especial.
Manifestarmo-nos. Contra, a favor ou apenas porque podemos.
Textos curtos, textos compridos. Dias e dias sem textos. Cinco textos num dia.
Fotografias. Imagens. Vídeos. Sinais de pontuação. Recursos estilísticos sem darmos conta. Recursos estilísticos forçados sem sucesso.
Hoje estou inspirado. E nota-se.
Hoje já não. E também se nota.
Camões que queremos ser - e se Luís tivesse um blog?
Pessoas.
Eças.
Torgas. Sophias. Há mais.
Pessoas. Figuras. Citações. Dias bons e dias menos bons.
"Quem não quiser não lê".
And we dance...
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